reencontrei o lugar daquele poema ainda sem rosto, eu li na Ana C.
como num sonho em que queres precisar o que acontece e não há como figurá-lo.
tal são as sensações desinibidas que saem, como suor saem dos poros para resfriar um corpo.
se eu já não houvesse doído antes nesses mesmos lugares,
desconfiaria que a vida estaria fazendo do-in por sarcasmo nas minhas feridas.
mas ela só reacende a consciência aos lugares que merecem essa
audiência do corpo por insuspeita sabedoria;
leio a matilde e às vezes desconfio que somos parentes.
é solar, cabeluda, usa cordões bolivianos; já passou dos trinta.
cozinha palavras com as coisas, os cheiros & os ruídos das ruas.
tem me ajudado a revelar o tom do meu próprio ouvir -às vezes se ver no outro como espelho ajuda a elegermos com que mácula nos travestiremos ao mundo.
dizia que não tem sido fácil, embora difícil possa soar exagero.
melhor dizer que: tem sido.

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