Viver é exercer a própria duração, aprender a estar no tempo, a conhecer a dinâmica da vida na medida em que a gente vai se enchendo de mundo, trocando oxigênio, cumulando pessoas, fotossintetizando com sóis e gentes.
Aceita a duração que cada instante nos gera uma fisionomia e uma condição. A juventude é muito provisória, a infância foi provisória, a velhice será provisória. A constância do andamento inexorável da mudança. Que as deusas nos guardem. Aceitemos a perenidade da mudança das formas pra concordar com a vida, essa coisa imantada misteriosa que nos ultrapassa porque, afinal, é ela, a vida, quem fica. A gente se vai, se esvai, se some. Zum e zaz. Quando viu, já foi, já fomos, já éramos. Aqui jaz um ser que sabia disso - pelo menos gente, pelo menos.
Ser gente humana é esse saber estar nesse intervalo de tempo abrigado na vida. Sejamos dignas do tempo, mulheres. Sejamos dignas.


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