piso passo firme com o solo de lâmina enferrujada a ferir os dedos, a grudar pontiagudos a ferrugem dos amores dos sonetos cantados suspensos entre o pré-futuro entre o pós-presente. com o tempo a gente aprende a saber que o tempo felicita quem dele se desfaz; com o tempo a gente afrouxa as cordas que amarram nossos ventres vorazes aos pilares do sensato e do convexo e passa a alimentar o minuto com assobio; com o tempo a gente aprende que para viver um bom projeto de vida implica que rendamos nossos corpos ao desvario - e que é preciso render também os olhos ao horizonte do que se É e enxergar a sombra da gente no céu das virtudes para reconhecer que alma suscita ferina uma gota de pranto mesmo quando dança;
e suplica a partida para rir da crueza da vileza da impáfia das agruras que o mundo apela; porque daí a miséria vira soluço (sim) mas também vira canto.e como vira. e também vira história; e vira estética mas sobretudo, sobretudo e sobretudo: ainda que fustigue desole bagunce, nos devolve a recusa às apatias da morte porque a dádiva da miséria na vida é que ela sempre colabora pra nos dar assunto.

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