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a vida se divide entre: os que se rasgam e os que analisam. Não vou conseguir te explicar o que é rasgar se tu for dos que analisam. da mesma maneira, tu não vai conseguir mostrar a análise com retidão pruma alma estilhaçada como a minha. Isso porque eu vejo por pedaços, por ranhuras, por compassos, por e através das rasgadas experiências que me fazem dizer isso tudo aqui. Não analiso. Não teorizo. Se parecer que sim é tudo mentira. Sou a maior embusteira das ciências. Faço dela a companhia pro meu auto-pensar, que me vem dum fundo tão exasperado, que só os que rasgam entendem sem que eu diga muito. E esses, que entendem, facilitam a nossa insuficiência, essa nossa insegurança de não ser certo, de não estar consoante ao paradigma, e fazem assim um: "ahã".
Rasgados, deambuladores, uns estupefatos com a rotina da existência. Cada dia menos próprios, mas às vezes muito serenos. Sabe lá como. Na tenuidade da angústia "no fundo de todos os prazeres". Na linhazinha que nos arranca das conservações. Pra onde a gente olha com nosso olhar comprido como quem já entendeu faz tempo que é diferente daquilo dali. Como quem entendeu, embora esqueça, e embeveça o proprio esquecimento, que não há recanto que conforte. Alojados nos lugares nenhuns, acomodados sobre as estreitas faixas divisórias.
Atropelados pela vida que respira em qualquer buraco. Mas se tu não entende, esqueça.

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