enxergo as pessoas. por dentro. tranversalmente, de cima; eu vejo as pessoas desde a unha. não taxonomizo, vejo. talvez taxonomize um pouco. mas ninguém me passa sem passar. ninguém poetiza se não vem daquele fundo desconcofrtante. ninguém se passa por poeta, com a vertigem que embala, se ela não o compromete inteiro. não na minha frente. talvez veja isso. e veja os embusteiros. embusteiros quando falam em alma, logo perfazem uma análise taxonômica. e ressentem - porque a expectativa falseia - tentam, não passam de cientistas. poetas, não. vem da agrura ou da alegria bem extraída. sofrem a meditativa prática da vida. e antes do mais, desde que lugar estiverem, mais ao largo ou proximamente do contentamento, do viver, sabem, SABEM, que viver é um bocado fatigante. e o fundamental: poetas jamais aprendem soluções, máximas de caminhão, doutrinas fundamentalistas sobre a anedótica experiência de vida e mundo. se alguém te disser que sabe, desconfie. é um embusteiro, lendo poesia pra epígrafe. pra barganha simbólica. pior que um luciano de chardon. talvez porque eu ame demais a causa poética. talvez porque eu entenda (se me cabe a modéstia) que poética é uma causa que deflagra e reúne parte de muitas outras (a diferença). não há tantas outras causas prementes como defender o direito de não ser um roto pragmático, incapaz da beleza num tempo sombrio. de escusar o corpo do burocratismo vazio, para transver (maneco, em referência) o mundo com direito legítimo. menos gravatas e fitas métricas. menos parnasianismo poético também. menos blefadores que se acotovelam junto ao meio e modos poético pra descolar vantagem de ser um cult entendedor de verso. poesia é sangue nas veias, vamos combinar. rock´n roll com elis regina e artaud morto com sapato na mão. mesmo manoel de barros e as crianças sabem do que sentem. poetizar a vida é dar pela vida outro valor. valor do grito, da beleza do grito, suave, cantado, grunhido.
sobreviventes. porque a poética é adjunta à agonia mesmo quando sorridente.
que move lágrima, e alegria. então, blefadores, que não entendem nada disso e se servem de versos pra moda cultê, tomem suas causas. poesia é a causa de quem quer fazer. fazer & fazer. fazer mudança. do nosso modo, pra quem enxerga e sente, a si e o mundo, penetrado.

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