copos e copos e quereres. o júbilo da madrugada, a polissêmica boemia, os rumores de calçada: os barcos virarão ébrios, com a vileza habitual dos instintos. richard e peter e a senhora dalloway. todos os três me compreendem. a razão do desejo: aspirar (isso se desejo contiver razão). refino a frase: o motivo do desejo é estar nesse ínterim (aiônico) suspendido da fome, do cansaço, para exibir-se livre, verbal ou reticentemente (paixão também se acanha). libidinoso agir. espera demais. deseja demais. prefere demais. e cada negativa é uma martelada sádica no nosso querer. cada descompasso é uma rasteira baixíssima no nosso querer. e os nãos somados viram umas bolhas de orgulho prestes a estourar. e se daí somarem-se mais nãos, a frustração sobra abundante. e a gente então descobre a tradição. e a gente então compreende, como nunca, as bolhas que estourarm no Caio. e a gente ressente. finge que não, mas ressente. pelo querer mal resolvido. pelo querer não recompensado. pela exposição daquilo que pensamos que devia ser a melhor qualidade de amor do mundo (o nosso); o amor mais dadivoso, o mais límpido, o mais restituidor de saúde física, mental e espiritual. o nosso amor é sempre o mais legal. mas se o querer é neglicenciado, escusado, arrefece e vira míngua. parecia tão estrondoso. eu diria, quase eterno. mas cazuza sabia; e quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu.

Comentários

Postagens mais visitadas